Alguns tipos de câncer costumam ter o desenvolvimento mais lento do que outros, como é o caso do câncer colorretal, que atinge homens e mulheres das mais diferentes faixas etárias.
De acordo com o INCA – Instituto Nacional do Câncer, para cada ano do triênio 2020/2022, 41.010 novos casos serão diagnosticados no país.
Tais números correspondem, de acordo com pesquisas estatísticas também divulgadas pelo INCA, a um risco estimado de 19,64 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 para cada 100 mil mulheres.
Ainda assim, segundo informações do Instituto Oncoguia, a taxa de mortalidade vem caindo gradativamente, sendo um dos motivos o fato de que os pólipos responsáveis por esse tipo de câncer podem ser detectados previamente e retirados antes de se transformarem em uma doença neoplásica.
Como se desenvolve o câncer colorretal
Caso se forme a partir de pólipos, tende a se desenvolver na parede do cólon ou do reto, sendo que tem início na camada mais interna dessa parede, onde se encontra a mucosa.
Esses pólipos geralmente não são cancerígenos antes que a doença se instale através do crescimento do tecido pelo qual é formado. Existem algumas características específicas dos pólipos, que podem levar ao desenvolvimento do câncer colorretal:
- Pólipos adenomatosos (Adenomas): considerados como uma condição pré-cancerígena, pois podem se transformar em câncer.
- Pólipos hiperplásicos e pólipos inflamatórios: são os mais frequentes. Geralmente não são pré-cancerígenos.
- Pólipos serrilhados sésseis e adenomas serrilhados convencionais: tratados como adenomas por terem maior risco de câncer colorretal.
Ainda segundo o Instiuto Oncoguia, a maioria dos cânceres colorretais são adenocarcinomas, tendo início nas células que produzem o muco que lubrifica o interior do cólon e do reto.
Tipos de câncer que se iniciam no cólon ou no reto
O câncer colorretal, também possui diferentes tipos de tumores, que possuem características específicas e distintas.
- Tumores carcinoides: começam nas células do intestino que produzem hormônios específicos.
- Tumores estromais gastrointestinais (GIST): começam a partir de células específicas na parede do intestino denominadas células intersticiais de Cajal. Podem ser encontrados em qualquer parte do trato digestivo e são raros no cólon.
- Linfomas: cânceres das células linfáticas como dos linfonodos, mas também podem se iniciar no cólon, no reto ou em outros órgãos.
- Sarcomas: são raros e podem se iniciar nos vasos sanguíneos, no tecido muscular e conjuntivo, na parede do cólon e do reto.
Sendo assim, o rastreamento deve ser realizado mesmo que não existam sintomas, visto que as chances de sucesso no tratamento são mais elevadas quando o diagnóstico é precoce.
Como falamos anteriormente, o câncer colorretal tende a demorar muitos anos para se desenvolver, de dez a quinze anos em média. Ou seja, o rastreamento, nesse caso, é capaz de detectar as chances de um possível câncer antes mesmo que ele aconteça, e os pólipos podem ser retirados antes que se transformem na doença.
Fatores de risco e prevenção
Mesmo que os variados tipos de câncer possam acontecer com qualquer pessoa, existem alguns fatores que contribuem com a probabilidade de um diagnóstico positivo.
No caso do câncer colorretal, separamos alguns fatores de risco trazidos pelo INCA:
- Idade igual ou acima de 50 anos.
- Excesso de peso corporal e alimentação não saudável.
- Consumo de carnes processadas.
- Ingestão excessiva de carne vermelha.
- Histórico familiar de câncer de intestino.
- Histórico pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama.
- Consumo de bebidas alcoólicas.
- Doenças inflamatórias do intestino.
- Doenças hereditárias (polipose adenomatosa familiar e câncer colorretal hereditário sem polipose).
- Exposição ocupacional à radiação ionizante.
- Atuação no ramo da radiologia.
Para que seja possível algum tipo de prevenção, existem alguns cuidados que devem ser tomados, tais como:
- Manutenção do peso corporal adequado.
- Prática de atividade física.
- Alimentação saudável.
- Evitar o consumo de carnes processadas.
- Limitar o consumo de carnes vermelhas (até 500 gramas de carne cozida por semana).
- Não fumar e não se expor ao tabagismo.
Detalhes simples, porém de extrema importância para manter a saúde em dia e evitar possíveis neoplasias.
Sinais e sintomas
Geralmente, o câncer colorretal é bastante silencioso em sua fase inicial, não apresentando qualquer tipo de alteração no organismo, o que pode acabar dificultando a procura pelo rastreamento e, consequentemente, um possível diagnóstico precoce.
Caso alguma alteração das listadas abaixo ocorra, procure um médico de sua confiança e verifique a necessidade de realizar os exames de rastreamento indicados por ele:
- Diarreia e dor vaga no abdômen;
- Anemia, cansaço e fraqueza;
- Obstipação intestinal progressiva;
- Alternância entre diarreia e constipação;
- Fezes com formato fino e comprido.
Muitas das vezes, esse tipo de câncer acompanha sangramento que pode ser visto nas fezes, podendo ser cumulativo e causar anemia, mesmo que não seja perceptível aos olhos.
Inclusive, às vezes, o primeiro sinal do câncer colorretal é a diminuição dos glóbulos vermelhos no exame de sangue.
Em alguns casos, outros órgãos podem apresentar sintoma, caso o câncer tenha se espalhado, como é o caso do fígado, que tem um aumento perceptível. Já no caso dos pulmões, pode ser observada a dificuldade de respirar, por exemplo.
Tais sintomas também estão relacionados a outras doenças, como infecção, hemorroidas ou síndrome do intestino irritável, não sendo necessariamente sinais e sintomas exclusivos do câncer colorretal. Converse sempre com um médico!
Quem deve realizar o rastreamento
Existem diferentes graus de risco, os quais devem ter atenção especial para o rastreamento do câncer:
- Pessoas com risco médio devem iniciar o rastreamento regular aos 45 anos.
- Pessoas em bom estado geral de saúde e expectativa de vida de mais de 10 anos devem manter o rastreamento do câncer colorretal regularmente até os 75 anos de idade.
- Pessoas com idades entre 76 e 85 anos, a decisão de fazer o rastreamento deve estar baseada em suas preferências pessoais, expectativa de vida, estado geral de saúde e histórico de rastreamento anterior.
- Pessoas com mais de 85 anos não precisam mais fazer o rastreamento de câncer colorretal.
As pessoas consideradas como risco médio, conforme falado acima, são as que NÃO apresentam:
- Histórico pessoal de câncer colorretal ou certos tipos de pólipos.
- Histórico familiar de câncer colorretal.
- Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal (colite ulcerativa ou doença de Crohn).
- Síndrome de câncer colorretal hereditário confirmada ou suspeita, como polipose adenomatosa familiar ou síndrome de Lynch.
- Histórico pessoal de radioterapia prévia do abdome ou região pélvica.
Pessoas com risco aumentado ou alto podem precisar iniciar o rastreamento antes de completar os 45 anos, além da necessidade de realizarem alguns exames mais específicos e/ou com mais frequência. Quem são elas:
- Histórico familiar importante de câncer colorretal ou certos tipos de pólipos.
- Histórico pessoal de câncer colorretal ou certos tipos de pólipos.
- Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal (Colite ulcerativa ou doença de Crohn).
- Histórico familiar de síndromes de câncer colorretal hereditárias, como polipose adenomatosa familiar ou síndrome de Lynch.
- História pessoal de radioterapia prévia do abdome ou região pélvica.
- Pessoas que tiveram pólipos removidos durante uma colonoscopia.
- Pessoas que tiveram câncer de reto ou cólon.
- Pessoas com determinadas síndromes genéticas.
- Pessoas com um ou mais familiares que tiveram câncer de cólon ou reto.
As recomendações de rastreamento para essas pessoas dependem do familiar que teve a doença e da idade no momento do diagnóstico.
Algumas com histórico familiar poderão seguir as recomendações para adultos com risco médio, mas outras podem precisar realizar colonoscopia com maior frequência e, possivelmente, antes dos 45 anos.
Algumas opções de exames para rastreamento
É importante dizer que qualquer um desses exames, dependendo do resultado, deverá ser complementado com outros tipos de exames solicitados pelo médico responsável.
Exames de imagem como colonoscopia e ultrassom (abdominal, endorretal, intraoperatório), entre outros possíveis.
Além de exames de sangue, como hemograma completo, de fezes e biopsias.
Tratamentos disponíveis para o câncer colorretal
Após a realização dos exames necessários, diagnóstico e estadiamento da doença, o médico responsável discutirá com o paciente as opções de tratamento.
Para a escolha, várias análises são realizadas, como os benefícios de cada opção, riscos, prós, contras e efeitos colaterais.
Os tratamentos também dependerão do estágio em que o câncer se encontra, podendo ser:
- Tratamentos locais: tratam o tumor sem afetar o resto do corpo, como cirurgia, radioterapia, ablação e embolização. Indicados para cânceres em estágio inicial, mas também podem ser usados em outras situações.
- Tratamentos sistêmicos: utilização de medicamentos que são administrados por via oral ou diretamente na corrente sanguínea, podendo atingir as células cancerígenas em qualquer lugar do corpo (quimioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia, por exemplo).
O importante é receber o tratamento adequado e manter uma boa qualidade de vida. Opte sempre por realizar seus exames em dia, favorecendo um diagnóstico precoce e maiores chances de cura!
Fontes: https://www.inca.gov.br/ e http://www.oncoguia.org.br/
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