Os pacientes com câncer estão sob maior risco diante da pandemia pelo novo coronavírus (Covid-19)?
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Inicialmente, é importante destacar que todos os indivíduos são suscetíveis e estão sob risco de contrair a Covid-19, não se sabendo previamente como cada um irá reagir e desenvolver complicações relacionadas à infecção, inclusive pacientes com câncer.
Embora uma publicação de fevereiro de 2020, de um grupo chinês na revista científica Lancet Oncology, aponte para um maior risco dos pacientes com câncer apresentarem complicações relacionadas à Covid-19, podemos dizer que tais dados não são suficientemente robustos para uma conclusão definitiva.
O estudo recebeu críticas quanto à metodologia, pois a análise foi realizada em um grupo bastante heterogêneo de pacientes e com baixa casuística.
Portanto, não está realmente claro se os pacientes com câncer constituem de fato um grupo de maior risco às complicações pela Covid-19, sendo precipitada qualquer conclusão.
Por outro lado, de acordo com os dados publicados por pesquisadores chineses, coreanos e italianos sabemos que os indivíduos mais suscetíveis a complicações são os idosos com doenças cardíacas, doenças pulmonares e/ou diabetes.
Portanto, é importante destacar que essas comorbidades podem estar presentes nos pacientes com diagnóstico de câncer.
Pacientes com câncer e seus tratamentos, o que fazer?
Em relação aos pacientes com diagnóstico de câncer e que fazem acompanhamento e tratamento em regime ambulatorial (day clinic) as recomendações são bem específicas, devem ser analisados caso a caso e também levar em consideração a relação risco-benefício para ocorrer o deslocamento do paciente ao seu local de tratamento.
Os pacientes que já concluíram os seus respectivos tratamentos oncológicos e se encontram em acompanhamento clínico ou realizando exames de imagem e/ou laboratoriais para vigilância, devem permanecer em suas residências e, portanto, manter o isolamento domiciliar e o distanciamento social orientados pelas autoridades sanitárias nacionais e internacionais.
Preferencialmente e havendo disponibilidade, esses pacientes deverão realizar tele consultas com os seus médicos oncologistas ou hematologistas e com os demais profissionais de saúde que os assistem regularmente (nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e farmacêuticos).
Em relação aos pacientes que se encontram em tratamento (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia), geralmente, a tendência é seguir com a programação já estabelecida pelo médico assistente responsável.
Entretanto, algumas modificações podem ocorrer diante do caráter excepcional do momento pelo qual passamos, como prolongamento de intervalos dos ciclos de tratamento subsequentes, modificação para esquemas terapêuticos, onde o paciente tenha menos idas ao local de tratamento, adiamento do início de alguns tratamentos respeitando-se o diagnóstico e as comorbidades associadas de cada paciente e a realização de triagem via telefone e no dia anterior ao tratamento, relacionada a sinais e sintomas gripais.
Em resumo:
- Compareça às consultas com somente 1 (um) acompanhante, que esteja sem sinais/sintomas gripais;
- Lave as mãos regularmente com água e sabão;
- Não leve as mãos ao rosto;
- Mantenha o distanciamento social e o isolamento domiciliar, tentando se deslocar apenas para o essencial;
- Somente procure o hospital em caso de febre que não cessa, tosse persistente e falta de ar;
- A princípio, mantenha o seu tratamento oncológico, mas discuta com o seu médico a melhor conduta para o seu caso.
As ações e o sacrifício são extremamente necessários para frear a disseminação do novo coronavírus e garantir a saúde e a sustentabilidade coletivas! Façamos a nossa parte!
Dr Bruno de Araújo Lima França
Diretor Médico CON
Oncologista Clínico
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